Início  Contacto - Yara Belchior Perfil Psicanálise e o Social
Destaques
BANESE Card
 Notas/Colunas
 Abraço de Chegada
 Mensagem do Dia
 Entrevistas
 Perfil do Leitor
 Artes/Literatura
 Iridologia
 Palestras
 Sexo
 Tudo é Energia
 Colunas Anteriores
 Email's e Respostas
 SOS Cidades
 Flashes e Eventos
 Esportes/Turismo
 Municípios
 Classificados
 Astral
 Artigos/Reflexões
 Meio-Ambiente
 Salve, Jorge!
 Santos e Orixás
 

COLUNA YARA BELCHIOR - PARA MEYLANE BELCHIOR: CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE: OS OMBROS SUPORTAM O MUNDO ... EU TE AMO ... www.salvejorge.com

21/03/2018, 14:30

 

 

Coluna Yara Belchior

 

www.yarabelchior.com.br      

 

 

www.salvejorge.com - Salve, Jorge!  J

 

J

 

 

LITERATURA

 

Carlos Drummond de Andrade

 

 

Os Ombros Suportam o Mundo

Carlos Drummond de Andrade

 


Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.


 

 

 

Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer.
E nada esperas de teus amigos.


 

Legenda
Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Teu ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo,
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação.


 

Os versos acima foram publicados por Carlos Drummond de Andrade originalmente no livro "Sentimento do Mundo", Irmãos Pongetti - Rio de Janeiro, 1940.  Foram extraídos do livro "Nova Reunião", José Olympio Editora - Rio de Janeiro, 1985, pág. 78.

 

 

Drummond: 20 Anos

Yara Belchior, 11.08.2007

 

31.10.1902* em Itabira/Minas Gerais

17.08.1987+ no Rio de Janeiro/Brasil

 

Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Teus ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo,
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação.

 

 

Drummond, Carlos Drummond de Andrade

 

A Mulher também é destaque na obra de Drummond. Arte: Frank Hoevath

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Memória

Amar o perdido
deixa confundido
este coração.

Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.

As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão

Mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão.

 

José

E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, Você?
Você que é sem nome,
que zomba dos outros,
Você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?

E agora, José?
sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio, - e agora?

Com a chave na mão 
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse,
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse....
Mas você não morre,
você é duro, José!

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja do galope,
você marcha, José!
José, para onde?

 

http://www.salvejorge.com/ler.asp?id=104&titulo=notas_colunas

 

 

 

 

 

Salve, Jorge!

 

 

Que São Jorge Guerreiro, todos os Orixás e Espíritos de luzes continuem nos protegendo e abrindo os nossos caminhos hoje e sempre, Amém.

 

 

 

Yara Belchior é Jornalista-Colunista; Bacharela em Letras-Português(UFS); Pós-Graduação na primeira turma de Psicanálise(UFS), 1999; Iridologia/AMI; Entre as Colunas que assinou está a “Ponto de Vista”, da Revista Veja.

 

 

 

  

E-mail: yarabelchior@yahoo.com.br

 

 

 

Reproduções somente com autorização da Portal e Coluna Yara Belchior.

 

 

 

Retorne e guarde em seus sites preferidos:

 

 

www.yarabelchior.com.br

 

www.salvejorge.com

 

 

 

Aperte a tecla F5 para atualizações.

 

 

 

Deus está conosco J

 

Paz, Amor, Saúde, Energia Positiva, Dinheiro, Sucesso, Proteção e Prosperidade J

 

 

ENVIAR
IMPRIMIR

Anteriores:
Yara Belchior na Infonet
Yara Belchior no Facebook
Banese
www.yarabelchior.com.br - Todos os direitos reservados. Proibidas cópias, transcrições e reproduções sem prévia autorização.