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PSICANÁLISE E O SOCIAL: O que se Diz e o que se Ouve, o Outro não sou Eu

15/08/2009, 11:59

 

 

 

 

 

COLUNA YARA BELCHIOR

 

www.ybs.com.br

www.yarabelchior.com.br    

 

 

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J

 

 

 

 

Psicanálise e o Social

 

Linguagem e Procedimento:

 

 

O que se Diz e o que se Ouve,

o Outro não sou Eu

 

 

                                             Yara Belchior* 

 

 

Escritor, Conferencista e Psicanalista de renome internacional, Philippe Julien, Paris, e Yara Belchior*. (Foto: Arquivo YBS)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Como não provocar no outro a idéia do que ele pensa ser eu?!

 

 

 

 

 

Produto de articulações, significantes e significados, a linguagem escrita e falada implica no que se diz e no que se interpreta por parte de quem ouve. 

 

 

 

 

 

 

No divã do Psicanalista, você fala para alguém que lhe ouve e pouco lhe “interpreta”, deixa fluir na escuta flutuante.

 

 

A função do dizer está ligada a você mesmo que se ouve. 

 

 

 

Ao falar para alguém que se mantém a maior parte do tempo em silêncio, o Psicanalista, você se ouve melhor e se interpreta em processo de manifestação do inconsciente, interagindo com você mesmo em busca das significações dos sintomas que o incomodam.

 

 

 

Mas ao falar para alguém, no dia-a-dia que é a vida, a função do dizer culmina na interpretação que lhe serve de pressuposto.

 

 

 

Fica esta interpretação vinculada a quem diz e a quem ouve como algo que lhes pertence em separado, como se fosse algo que a coisa “é”, mas o que é mesmo a coisa que você disse?!

 

 

 

 

Fernando Pessoa, heterônimos: vários, em um: ele mesmo.

É nisto aí que a linguagem provoca no outro a idéia do que eu sou em cima do que eu digo e falo, em atos, palavras e contrições, como se fosse você interpretado ali, mas sendo você mesmo que tem a sua própria interpretação do que você é e da sua própria vida.

 

 

Por isso a linguagem assume aspectos tão importantes e conflitantes.

 

 

 

 

 

Mas quem pode falar melhor de alguém além da própria pessoa?!

 

 

 

Ou quem pode impedir alguém de interpretar alguém tendo como base os seus próprios significantes e significados em torno desta análise?!

 

 

Nisto resume-se o mistério do viver e da palavra; da palavra, do silêncio e do olhar, que muitas vezes é mais forte que uma palavra.

 

 

 

É então que a palavra ganha dimensão de poder, escrita e silêncio, que também machuca e tortura.

 

 

 

Perpetuando-se através dos tempos ou no inconsciente de quem ouviu, a palavra ou o silêncio possuem vibrações energéticas e permeiam o ambiente de forma divina ou melancólica, agressiva ou saudável, entusiasta ou deprimente: o que você prefere?!

 

 

 

Até onde o nosso livre arbítrio não é atacado pelo que ouvimos e sentimos pelo que ouvimos?!

 

 

 

O silêncio, o desdém, a desconsideração também provocam reações.

 

 

 

FILME: "Moça com Brinco de Pérola". Atriz Scarlett Johansson.

Até onde o nosso livre arbítrio não é atacado pelo que ingerimos e que muitas vezes provoca em nós reações coléricas?!

 

 

 

 

 

Como controlar isso?! É preciso compreender o que marca, o que se diz, o que se ouve e se interpreta.

 

 

 

A nossa condição essencial de individualidade e singularidade; o nosso reconhecimento como únicos, embora entrelaçados, nem sempre nos alertam, estas mesmas condições, sobre o que dizemos e o outro, que nos interpreta.

 

 

 

O que nos ouve e que faz a interpretação, ele que nos escuta, convém lembrar, é essencialmente diferente de nós em seus significantes e significados.

 

 

 

A paciência na escuta de opiniões e palavras, no dialogar, nos faz lembrar que o outro é, em essência, singular, único.

 

 

 

Único tal qual somos cada um de nós, um conjunto cercado por milhares de outros conjuntos, falsos ou verdadeiros:

 

 

- Mas o conjunto principal é você, e o conjunto principal também é ele, o outro que nos ouve e nos interpreta de acordo com as suas idéias, significantes e significados.

 

 

 

Assim, onde está a verdade?!

 

 

 

A comunicação exige cautela e paciência, inteligência e astúcia no comunicar das palavras.

 

 

 

O tom, também, pode modificar todo um contexto da palavra.

 

 

 

Diga “fale” gritando e diga “fale” sussurrando, e sentirá toda a diferença, de acordo com o contexto de cada um, porque tem pessoas que parecem só “saber” reagir com grosseria, com a mesma grosseria que às vezes emprestam ao outro, e que o outro, mesmo sem querer, muitas vezes é obrigado a usar para ser atendido em suas reivindicações.

 

 

 

Ao nos esbarrarmos em diferenças de opiniões e idéias, esbarramos antes em um aspecto que torna por vezes difícil a comunicação:

 

 

 

 - O que se diz e o que se ouve, o que ele ouve e o que ele interpreta deste ouvir, pelo simples fato de que uma mesma palavra pode ter significados e conotações diferentes no inconsciente de cada pessoa.

 

 

 

A linguagem volta-se primeiramente para alguém, e não para alguma coisa estática, imóvel; mesmo que este alguém seja você, ao falar para o mar, você poderá estar falando primeiramente para você, é óbvio.

 

 

 

Daí o segredo daqueles que parecem estar sempre falando sozinhos: eles precisam, talvez, se escutar melhor.

 

 

 

Uma mesma palavra pode ser um elogio para uma pessoa e uma ofensa para outra. Chame um conservador de liberto e um vanguardista com a mesma palavra e observará os resultados.

 

 

 

Aliás, as rotulações, enquanto rotulações atribuídas são inconsistentes enquanto rótulos/rotulações, como muitas vezes são inconsistentes muitas verdades que atribuímos aos outros, diante da complexidade, pluralidade que é o ser humano:

 

 

 

“ – A língua é uma estrutura socializada que a palavra sujeita a fins individuais e intersubjetivos, juntando-lhe assim um perfil novo e estritamente pessoal”, afirma Émile Benveniste em “Problemas de Lingüística Geral”, e prossegue:

 

 

 

“ – A língua é um sistema comum a todos; o discurso é ao mesmo tempo portador de uma mensagem e instrumento de ação.

 

 

 

“ - Nesse sentido as configurações da palavra são cada vez  únicas, embora se realizem no interior – e por intermédio – da linguagem”, define Benveniste.

 

 

 

Freud, que lançou luzes decisivas sobre o comportamento humano através da atividade verbal, tal como se revela, “foi levado a refletir sobre o funcionamento da linguagem nas suas relações com as estruturas infraconscientes do psiquismo, e perguntar-se se os conflitos que definem esse psiquismo não teriam imprimido a sua marca nas próprias formas da linguagem”, prossegue Benveniste no citado livro.

 

 

 

Assim, concluo que nem sempre o que se diz é o que se ouve ou se interpreta. E ao nos colocarmos como “eu”, devemos antes refletir que diante de nós tem o outro. O outro não sou eu.

 

 

 

E por falar nos conflitos que permeiam o psiquismo que Freud tão bem esmiuçou, o que terá pensado “Maria”, nesta Letra e Música de Tom/Vinícius e Chico, de quem lhe cantava estas palavras?!:

 

 

 

- Será que ele quer que eu fique?! Será que ele quer que eu vá?! Por que diz que gosta tanto de mim e me incentiva a voar?! Será por medo do amor ou por amor à liberdade?! Ou será mesmo por amor ao quê?!

 

 

 

Ouçamos, como uma canção que está no CD “A Arte de Chico Buarque”, da USM, que talvez você encontre nos links de busca da Internet o download da canção: 

 

 

 

Olha Maria

 

Letra e Música: Tom, Vinícius e Chico

 

 

ARTE: Frank Hoevath

Olha Maria

Eu bem te queria

Fazer uma presa

Da minha poesia

Mas hoje, Maria

Pra minha surpresa

Pra minha tristeza

Precisas partir

 

 

Parte, Maria

Que estás tão bonita

Que estás tão aflita

Pra me abandonar

Sinto, Maria

Que estás de visita

Teu corpo se agita

Querendo dançar

 

Parte, Maria

Que estás toda nua

Que a lua te chama

Que estás tão mulher

Arde, Maria

Na chama da lua

Maria cigana

Maria maré

 

 

Parte cantando

Maria fugindo

Contra a ventania

Brincando, dormindo

Num colo de serra

Num campo vazio

Num leito de rio

Nos braços do mar

 

 

Vai, alegria

Que a vida, Maria

Não passa de um dia

Não vou te prender

Corre, Maria

Que a vida não espera

É uma primavera

Não podes perder

 

 

Anda, Maria

Pois eu só teria

A minha agonia

Pra te oferecer

 

 

Um excelente final de semana para todos.

 

 

* Yara Belchior é Jornalista, Colunista da Infonet, Bacharela em Letras-Português/UFS com Pós-Graduação em Psicanálise/UFS, Iridologia/AMI. Entre as Colunas que assinou está a "Ponto de Vista", da Revista Veja. www.yarabelchior.com.br 

 

 

 

 

 

 

Salve, Jorge!

 

 

Que São Jorge Guerreiro, todos os Orixás e Espíritos de luzes continuem nos protegendo e abrindo os nossos caminhos hoje e sempre, Amém. 

 

 

* Yara Belchior é Jornalista-Colunista; Bacharela em Letras-Português/UFS; Pós-Graduação em Psicanálise/UFS; Iridologia/AMI. Entre as Colunas que assinou está a "Ponto de Vista", da Revista Veja.  

 

 

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